CURSO DE MULTIMÉDIA VISITA EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA COMEMORATIVA 100 ANOS LEICA E OBRA DE JOAN MIRÓ
26 de janeiro de 2017, à hora marcada, ansiosos pela saída e animados por um dia diferente e outro tipo de aulas, os alunos do Curso Profissional de Multimédia do 11.º e 12.º anos deram asas à sua imaginação e foi com alegria que a escola ia ficando lá atrás. Afinal, estas atividades deixam sempre marcas no nosso percurso académico, mesmo quando não correspondem à nossa curiosidade e ansiedade de formação.
Manhã chuvosa mas animados q.b. para a visita ao Porto – de manhã, “Eyes wide open: 100 anos de fotografia Leica” na Galeria Municipal do Porto e, de tarde, “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, em Serralves.
Chegados a tempo e horas – a pontualidade deve ser e foi uma das nossas marcas – ainda houve tempo para uns minutos de alegre e salutar convívio que nos atirou para o café da Biblioteca Almeida Garrett. “Aquecer a alma e adoçar o espírito” tornava-se imperioso porque as condições do tempo não nos deixavam passear pelos espaços jardinados envolventes do Palácio de Cristal, e espraiarmos o nosso olhar para outras paisagens, e o Douro lá em baixo bem nos chamava.
O tempo de chuva também não nos permitiu fazermo-nos acompanhar das nossas “Leicas”. E foi pena, pois poderíamos desenvolver a capacidade do aluno e enriquecer a oportunidade de levar à prática o saber transmitido. Era um ótimo momento do “saber fazer”.
Agora a visita. Devidamente organizados pela nossa guia, recetivos às observações que nos eram dadas, e depois de já antes termos tido a oportunidade de uma primeira visita livre pelo espaço da exposição, fomos guiados pelos diferentes grupos de fotografias.
Logo à entrada, um painel a informar-nos das especificidades da Leica – o lado técnico e o aspeto artístico e funcional – como «ferramenta para criar imagens: imagens chocantes, extraordinárias, simplesmente bonitas ou visualmente complexas. Imagens que documentam, informam, irritam sem as quais a nossa cultura visual seria decididamente menos valiosa». E foram estas imagens que pudemos ver e observar por 13 núcleos distintos que nos mostraram muitos acontecimentos do século XX.
Após uma visita guiada por tantas imagens emblemáticas de cada um dos núcleos, houve ainda tempo para uma interação curiosa. Cada grupo de 4 alunos foi convidado a assinalar, através de um pequeno cartão, qual a imagem mais e menos importante para si. Foi interessante e desafiador ouvir a explicação de cada grupo, através de um porta-voz. E houve diversidade!
Depois o almoço, porque a visita se expandiu um pouco e a fome foi apertando.
Serralves mais cedo “era uma vez”. Os jardins terão de esperar por uma nova oportunidade, ainda por causa da chuva. E chegou a hora de visitar Miró!
Muita gente a visitar Joan Miró, foi a primeira constatação. Apresentações mútuas – quem éramos e ao que íamos – e partimos para a “viagem”. Interessante, cativante, soberbamente guiada e procurando interessar e motivar os alunos para a arte e a personagem deste autor catalão. Muitas telas, colagens, algumas tapeçarias e esculturas e um pequeno filme permitiram-mos conhecer mais e melhor a criação artística de Miró, integrando-a no Surrealismo. Conhecer ao pormenor os signos que representam a vida real do universo do artista, que nos impelem para além da vida aparente, foi uma oportunidade que nos foi oferecida, a tal ponto, que, no final, um aluno expressou a opinião que, afinal, Miró não era tão difícil de compreender como o professor de HCA dissera na aula.
Tivemos ainda oportunidade de ver a mestria do artista na construção de esculturas com os objects trouvés que a natureza lhe oferecia aquando dos seus passeios, sobretudo à beira mar. A estátua que nos foi apresentada como se representasse um campino ribatejano é paradigmática desta criatividade vanguardista.
E a tela queimada, suspensa no átrio central da Casa de Serralves, é, na expressão do comissário desta exposição, “feita de antipinturas mais do que de pinturas”. É uma obra que o artista quis que fosse vista de ambos os lados e que é sobre a possibilidade de destruição da pintura sem deixar de ser pintura”, e nós vimos esta criatividade expressa no filme. Portanto, uma visita a uma exposição única da obra de um artista único.
E foi assim a nossa visita de estudo ao Porto.
(FFG-jan.2017)